O Castro do Monte Castêlo, conhecido também por Castro de Guifões, é certamente um ponto fulcral para a história de Matosinhos. Isto porque ali estão enterradas as raízes da primeira população de Matosinhos. As estruturas arqueológicas datam antes do século V, antes de Cristo, até o século V da Era Cristã.
De acordo com o depoimento da professora Andreia Arezes, dado à SIC Notícias, o local foi ocupado muito antes dos romanos chegarem à Península Ibérica. E a ocupação continuou com grande dinamismo. Encontraram uma enorme profusão de materiais, sobretudo cerâmicos. Estes materiais atestam também a vitalidade do comércio de várias regiões, desde o norte de África ao sul da Península Ibérica.
O que se encontra nas escavações ajuda a comprovar a navegabilidade do Rio Leça. Assim como, a característica comercial dos povos que viviam neste espaço. Também em depoimento à SIC Notícias, o arqueólogo da CM Matosinhos, José Varela, declarou que já encontraram fragmentos de ânforas. Como uma asa, por exemplo: uma parte da parede; e até uma parte de um fundo de ânfora.
As ânforas são um tipo de material que aparecem nas escavações com muita frequência. Entretanto, já é possível saber que a sua esmagadora maioria seria usada para transportar vinho. Os materiais encontrados datam do século I depois de Cristo.
“Já identificamos mais uma estrutura caracteristicamente indígena. Que nos mostra que efetivamente conseguimos reunir nesta área, do pé do Castro, vários tipos de arquiteturas. Várias formas de ocupar o espaço. E que nos traduzem também a própria diversidade das comunidades que aqui foram habitantes, em diferentes momentos”, completou Andreia Arezes.
As escavações do Castro de Guifões
Desde 2016 que o Castro de Guifões é escavado. Atualmente, os alunos de Arqueologia da Univ. Porto, juntamente com a CM Matosinhos e a PDL, estão a escavar e a descobrir ainda mais achados arqueológicos. Sem dúvida, é através destas descobertas que é possível perceber um pouco mais sobre a origem do concelho de Matosinhos. E ficar a saber como se vivia a vida há cerca de 2 mil anos atrás.
A CM Matosinhos vai agora exercer o direito de preferência sob um terreno adjacente, que está em hasta pública, onde se acredita existirem mais vestígios arqueológicos importantes para compreender as origens do município.
Fontes: Câmara de Matosinhos / SIC Notícias
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