É impossível falar de Matosinhos e de Leça da Palmeira sem falar também da indústria conserveira portuguesa. Desde o início das atividades com a fundação das primeiras fábricas, a passar pelo auge das actividades, e, por fim, a deixar saudade nos nossos corações. No post de hoje eu relembro e compartilho um pouco da nossa saudosa história.
Início
Foi no início do século XX, com a construção do porto de abrigo de Leixões no concelho de Matosinhos, que se deu o início da nossa indústria conserveira do norte.
Na altura, os peixes eram abundantes, facto este que estimulou os industriais da “Lopes, Coelho Dias” e da “Brandão Gomes” a fundarem as primeiras fábricas em Matosinhos.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a indústria desenvolveu bastante, o que se prolongou até ao ano de 1922. No entanto, nesta altura apenas se produzia 1,41% do total nacional. As empresas eram muito carentes de capitais, o que acabava por criar uma dependência dos compradores para que as fábricas pudessem manter a sua actividade.
Com a crise económica de 1924, foi criada em 1926 a União dos Conserveiros de Matosinhos que, contudo, acabou por ser dissolvida em 1932.
Com a Grande Depressão de 1929, a indústria foi bastante atingida em Portugal o que originou uma baixa drástica nas receitas das exportações. No entanto, por uma série de razões, Matosinhos foi o centro industrial que menos sofreu.
O auge
Com a Segunda Guerra surgiram também novas oportunidades para a nossa indústria. Ou seja, em 1940 Matosinhos já era o maior centro conserveiro a nível nacional.
Entre os anos 1950 e 1960, os peixes eram abundantes no nosso mar, assim como os negócios prosperavam na mesma medida.
Em 1959, criou-se em Matosinhos a COPENOR, uma cooperativa de vendedores, com 24 fábricas aderentes à mesma, que na sua maioria eram fábricas de Matosinhos. Sem dúvida, os anos de 1964 e 1965 foram marcados pelo auge da produção e exportação na zona norte.
Contudo, logo de seguida veio a crise da pesca, onde as sardinhas deixaram de ser abundantes no norte e migraram para o sul.
A decadência
Infelizmente, várias fábricas encerraram as suas atividades no início dos anos 70. Em 1971, 13 fábricas aderiram à proposta de cessação voluntária da actividade. Logo após, e, foi apenas numa questão de tempo, em 1984 restavam apenas 10 fábricas activas em Matosinhos e 5 em Leça da Palmeira.
Actualmente existem 4 fábricas em actividade. Duas em Matosinhos: (Conservas Portugal Norte, Lda. e Fábrica de Conservas Pinhais & C.A) e duas em Leça da Palmeira: (Fábrica de Conservas La Gondola, Lda. e Fábrica de Conservas Ramirez & Cª (Filhos).
Homenagem à indústria conserveira
Em 26 de janeiro de 2019 a indústria conserveira recebeu uma justa homenagem, através da inauguração de um monumento localizado na nova praça Guilherme Pinto.
O “Memorial às operárias e operários da indústria conserveira“, é um conjunto de esculturas de grandes dimensões da autoria de Ruy Anahory.
“A obra-de-arte é constituída por um cardume de grandes peixes metálicos e pela homenagem às operárias e aos operários conserveiros, incluindo, no extremo sul, um elemento evocativo de uma chaminé, representando a fábrica onde o peixe era transformado, mas também as latas das conservas“, explicou a autarquia num comunicado.
As 54 fábricas conserveiras que existiram em Matosinhos estão hoje eternizadas no chão da praça Guilherme Pinto. Com certeza é um local que vale a pena conhecer no nosso concelho.
Fontes de pesquisa:
CM Matosinhos
Público
JPN
Leça da Palmeira
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