A lenda do Senhor de Matosinhos funde-se com acontecimentos históricos reais. É preciso estar atento para saber onde a história termina e inicia a lenda. Neste post contarei um pouco desta emocionante e tradicional lenda de Matosinhos.
Quando Cristo foi crucificado, foram dois judeus, Nicodemos e José de Arimateia os responsáveis pelo seu enterro. Assim como, foram eles que retiraram o corpo do madeiro. Nicodemus era um homem culto e o sucedido impressionou-o muito, pois como podiam matar uma pessoa só porque ela prega a paz e a justiça? E porque ele ousa dizer que todos os homens, por serem filhos de Deus, são irmãos entre si? Ele ficou muito emocionado com o sucedido. Até aqui, todos os factos são históricos e há registos sobre os mesmos. No entanto, é a partir deste ponto que se inicia a lenda.
A lenda
Nicodemos, que era judeu, retirou-se e com aquela imagem de cristo tão agonizante, passou a sua restante vida a fazer estátuas de cristo em tamanho natural. E sempre procurava reproduzir na face exatamente aquela expressão de angústia e espanto com que viu Cristo a agonizar na cruz.
Fez a sua primeira imagem e achou que não ficou bem, pelo que deitou ao mar. Fez depois outras 3 imagens e deitou-as também ao mar. Deitou ao mar um total de quatro imagens.
Uma das imagens está na Síria, outra está em Itália onde é muito venerada, e uma terceira entrou pela Galiza dentro. Mas, a melhor de todas, a que estava mais parecida, foi a que ele fez a primeira vez, veio pelo Mediterrâneo, passou pelo sul da Itália, navegou pelo estreito de Gibraltar, passou por Lisboa e veio aportar à Foz do Rio Leça.
A imagem foi encontrada por uma pobre mulher que a entregou aos frades que posteriormente a levaram para o convento, uma imagem nova, mas sem um dos braços. Conta a lenda que o braço apareceu 50 anos depois.
A grandiosidade desta lenda dá-se pelo facto de que esta imagem seria, portanto, nem mais nem menos, do que o retrato do próprio Cristo visto por alguém que o viu a agonizar na cruz.
As lendas, assim como esta lenda do Senhor de Matosinhos, não têm fundamentos históricos. No entanto, quando contada sempre emocionava muitos crentes.
Fonte: Reportagem do prof. José Hermano Saraiva e imagem Câmara Municipal de Matosinhos
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4 Comments
8 de February de 2021, 18:35
Embora tenha visto muitas crónicas de José Hermano Saraiva, esta via aqui pela primeira vez. Na minha modesta opinião, e pelo que tenho lido, existem aqui algumas imprecisões. O rio Leça não nasce em Paços de Ferreira mas sim em Monte Córdova, que pertence a Sto. Tirso. Na lenda do Senhor de Matosinhos falta contar como aconteceu o aparecimento do braço. Andava uma mulher na praia de Bouças (assim era na altura o nome agora de Matosinhos) a apanhar lenha para a sua lareira, quando encontrou um pedaço de madeira que juntou aos restantes. Em casa, lançou-o várias vezes ao fogo e de todas ele saltou da lareira. A sua filha, muda de nascença, fazia-lhe gestos desesperados para dizer qualquer coisa e, por fim, balbuciou, perante o espanto da mãe, que o pedaço de madeira era o braço de Nosso Senhor das Bouças. Entusiasmadas com o milagre verificaram que o braço se ajustava tão bem à imagem que parecia que nunca dela se tinha separado. No século XVI a imagem foi levada para a igreja construída em sua honra e passou a ser conhecida por Nosso Senhor de Matosinhos.
9 de February de 2021, 18:24
Olá Sr. Flávio, muito obrigada pelo seu comentário!
Realmente a nossa história é muito rica, e são tantos os detalhes para serem mencionados, que nem sempre cabem todos num único post. ; )
Publiquei o vídeo do Prof. José Hermano Saraiva para ilustrar a lenda com maior riqueza de detalhes. Acho incrível a envolvência e a paixão com que ele conta a lenda. Agradeço muito por contribuir e trazer mais detalhes ao post.
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